domingo, 2 de outubro de 2011

Vida e Obra de Alexandre Dumas Filho


Nasceu em Paris, em 29 de junho de 1824, filho do escritor Alexandre Dumas (autor de O conde de Monte CristoOs três mosqueteiros, entre outros), que começava a se tornar famoso, e de uma lavadeira dez anos mais velha, Catherine Labay. Enquanto criança, Alexandre Dumas filho foi educado pela mãe nos arredores de Paris. À distância, prestava culto ao pai, que se tornara tão renomado quanto Victor Hugo. Pai e filho só se conheceriam em 1931.
Alexandre Dumas afastou o jovem Alexandre da mãe, que ele julgava ineficaz para a educação do menino, e inscreveu-o em um colégio interno, onde o jovem acostumou-se com a palavra “bastardo”, proferida pelos colegas. A despeito do turbilhão que era a sua vida, Dumas pai fez uma contribuição fundamental para a carreira do filho: introduziu-o à elegante sociedade parisiense da época, aos teatros, aos cafés literários e aos saraus. Já moço, Alexandre Dumas filho era um dândi e um observador da alta sociedade francesa do século XIX, à qual não pertencia de berço, mas que freqüentava e com a qual até se identificava, por vezes.
Alexandre começou a se tornar independente do famoso pai, iniciando em um emprego burocrático e publicando poemas em jornais. Em meio a esses ambientes ricos e elegantes conheceu, em 1842, aos dezoito anos, uma jovem de vinte anos, vestida de branco. Era uma famosa cortesã, Marie Duplessis, que tinha clientes como o compositor Franz Liszt e de quem Alexandre tornou-se amante. Ele e Marie romperam em1845, e parte da justificativa pode ser buscada no seguinte trecho de uma carta de Alexandre: “Minha cara Marie, não sou rico o suficiente para amá-la como eu gostaria, nem pobre o suficiente para ser amado como você gostaria que eu fosse”.
Seguindo com a sua vida, Alexandre publicou seu primeiro livro de poemas, Péchés de jeunesse (Pecados de juventude), financiado pelo pai, e um romance, Histoire de quatre femmes et d’un perroquet (A história de quatro mulheres e um papagaio), além de viajar pela Argélia e pela Espanha. Marie Duplessis faleceu em fevereiro de 1847, e essa morte afetou profundamente o escritor iniciante, que decidiu isolar-se para escrever a história do seu romance com a falecida cortesã. O resultado foi A dama das camélias, romance autobiográfico lançado em 1848 com enorme sucesso. Impulsionado pela fama, Alexandre Dumas filho escreveu romances e ensaios nos quais fazia um ajuste de contas com a sociedade que o humilhara. Em 1851, ele adaptou A dama das camélias para o teatro, mas a peça foi proibida por imoralidade. A primeira representação aconteceria apenas em fevereiro do ano seguinte.
O êxito teatral fez Alexandre engajar-se cada vez mais na carreira de dramaturgo. Em suas peças, opôs à moral da época uma visão moralista toda sua (critica, por exemplo, o adultério), ao passo que na vida real seguiu os passos do pai, envolvendo-se com inúmeras mulheres, muitas das quais casadas. Embora não fosse republicano, militou pela igualdade do homem e da mulher.
Por vezes sofria de crises nervosas. Em 1864, casou-se com a princesa Naryschkine, com quem já havia tido uma filha. Sua fama de escritor rivalizou internacionalmente com a de Alexandre Dumas pai, e, em 1875, o autor de A dama das camélias foi recebido por notáveis como Victor Hugo, que acabara de retornar do exílio, como membro da Academia Francesa de Letras – honraria que fora negada ao seu pai, pois os acadêmicos julgavam sua obra por demais frívola.
A partir daí, Alexandre Dumas filho viveu mais tranqüilamente, das rendas do sucesso de A dama das camélias, escrevendo pouco, cuidando dos filhos e travando campanhas políticas, como pela instituição do divórcio. Uma vez viúvo, casou-se novamente com Henriette Régnier, quarenta anos mais nova que ele. Morreu aos 65 anos, em Marly-le-Roy, no dia 27 de novembro. Algumas de suas outras obras são: O amigo das mulheresA estrangeiraO filho naturalPai pródigoA princesa GeorgesA dama das pérolasTrês homens fortesO processo ClemenceauCesarinaO doutor ServansQuestão de dinheiroFrancillonA princesa de BagdáDionísiaAs idéias de Mme. Aubray. Entretanto, é A dama das camélias a obra-prima do autor, responsável pelo seu renome até hoje.

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